Envelhecer é um caminho que pode ser percorrido com
satisfação. Ser velho não é o sonho de consumo das pessoas, contudo o que vem
depois dele, o fim a morte, também não é. O desejo de viver mais está presente
enquanto há vida, enquanto há esperança. Ter mais tempo para desfrutar as
coisas simples, para viajar, para estar com os entes queridos, para
experimentar coisas novas.
Ao envelhecer, se supõe, a experiência deveria contar a
favor, o velho deveria ter aprendido a encontrar os atalhos da vida. Deveria
também ter entendido que quase nada esta sob seu controle, mas que o exercício
da paciência, do desapego, da sinceridade, da coerência, conduz à calma
interior, e pode levá-lo à tranqüilidade e ao entendimento do sentido da vida.
O olhar crítico dos maduros deveria ser construtivo,
incentivador, desafiador e gerador de inquietação. A maturidade emocional esta
atrelada à compreensão da natureza falível do homem. O perdão, portanto,
deveria ser exercido sem medo, por todos aqueles que chegaram à velhice. O
perdão desnudo de interesse, sem o desejo de reconhecimento ou enaltecimento.
O velho ideal deveria estar humildemente aberto a aprender
todos os dias, com cada situação e com cada pessoa. Deveria amar a vida sabendo
que ela não lhe pertence. Deveria todos os dias fazer algo bom. Saber que
gestos simples como fazer um elogio sincero, doar algo que não seja supérfluo,
ouvir mais do que querer ser escutado, entender e aceitar o diferente, é mais
do que sentir-se vivo, é retribuir o dom da vida.
Ao despertar pelas manhãs cada ser humano tem dentro de si
uma fagulha, que é mantida com a fé que ele deposita em si mesmo, e que cresce,
quando ele é reconhecido pelos seus pares. O tempo passa, a idade avança, mas
ela continua acesa dentro de cada um. A nobre missão da velhice é de renovar no
seu semelhante a força da esperança, porque
ela de fato não envelhece.